segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Medo

Assim que nascemos a vida nos da seu primeiro tapa: o medo. E entao choramos. Fomos arrancados do conforto gelatinoso do utero de nossa mae e temos que enfrentar a terrivel claridade da vida. Uma claridade que nao oculta nada, nao permitindo que encontremos refugio nem em nossos sonhos.
Mas, assim que nascemos a vida tambem nos presenteia com uma poderosa arma: o amor.
O amor apresentado na sua mais bela e completa forma, o amor maternal. Por isso seria tao importante que a mae, logo apos o parto, convidasse seu bebe recem nascido a experimentar outro lugar confortavel: seu abraco.
Depois a vida continua dando tapas na cara e continua dando "presentinhos" ate que ela esteja farta de voce e entregue voce aa morte.

Sim, seria assim que eu encararia a vida...

sábado, 19 de setembro de 2009

As coisas mudaram sempre um pouquinho a cada dia. Voce eh que nao percebeu. Ficou entretido com uma mesmice imaginaria, com um tedio imaginario...
Agora voce ve as mudancas com um enorme setimento de perda. "Onde eu estava enquanto estas mudancas se operavam? Que poderia ter feito para que elas nao se tornassem tao importantes agora?"
A maior mudanca serah sempre aquela operada em voce mesmo. E essa mesma mudanca diz que voce nao pode mais viver da mesma maneira que tem vivido. Voce diz pra voce mesmo que hora de partir.
Entao parta! Parta para longe, recomece, cresca, ame verdadeiramente ao menos uma vez, arrisque-se em dobro! Mas va... Apenas va.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Tea & tears

Tea & tears
A garota sentiu um arrepio na coluna cervical que fez com que o corpo inteiro tremesse. A respiração ofegou ao ter a própria mão tocada pelas mãos dele. Ela o amava.
- É querida, caiu nas redes do cupido... – e ria desenfreada. Porque o amor fazia rir mesmo. E muitas vezes fazia chorar, mas não no estagio inicial. Não, primeiro tudo são mares e rosas.
No entanto, o rapaz não demonstrava afeto maior por ela do que demonstrava para com as ovelhas do rebanho. Se a garota o quisesse realmente para si – e ela nem ao menos sabia para que ele serviria quando o tivesse – teria de fazer algo.
Foi numa tarde nebulosa, quando a pensar na maneira pela qual ganharia a atenção e o amor do rapaz, que a garota encontrou encontrou a solução. Se bem que ela nem imaginava ser aquilo a solução.
Estava no meio do pasto a observar a maneira como o rapaz tocava as ovelhas, quando avistou uns ramos diferentes a brotar do chão. Lembrou-se de que vira alguns animais comerem aquilo e passarem bem. Lembrou-se ainda de historias de bruxas que faziam poções com aquele tipo de erva.
- Posso tentar fazer uma poção do amor.
E levou uns raminhos consigo para o interior da casa. Apanhou uma chaleira e deitou água para ferver. Os ramos tinham um cheiro maravilhoso. Colocou-os numa xícara e sentou-se a espera.
O medo invadiu sua alma. As pessoas costumavam apedrejar mulheres que usavam estas ervas. Havia historias de bruxas queimadas vivas. Mas fazer o que se ela estava apaixonada e os apaixonados nada vêem para alem do seu amor?
Colocou-se ao lado da chaleira no fogo, a espera de que a água fervesse logo. Eis que entrou na cozinha o rapaz que de tão cansado atirou-se logo para a cadeira.
- O que será isso que estas a fazer?
- Apenas uma bebida.
- Posso experimentar quando estiver pronta? Estou morrendo de sede.
A garota riu. Assim que a água ferveu, deitou-a para o copo e imediatamente a cozinha ficou perfumada com o cheiro adocicado das ervas. O rapaz bebeu sem hesitar. A garota apertou o tampo da mesa com mais força do que a necessária.
- E então? O que achou?
O rapaz bebeu mais uma vez, os olhos umedecidos por causa do vapor, e disse:
- Céus, é como beber as lágrimas de um anjo triste.
- Tea... Tea... Tears? – balbuciou a garota.
- Sim! O produto da tristeza dos anjos.
Pensando que o rapaz já sofria os efeitos da poção, a garota o abraçou e o beijou. Os anjos pararam de chorar para tocar os sinos.

E desde então o chá se chama chá e é por isso que Tea (chá) é tão parecido com Tears (lágrimas).
Selvage Me