domingo, 24 de agosto de 2008

De tanto que me falam


De tanto que me falam...
De repente eu vi que eu era daquele jeito mesmo. Simplesmente adorável.
Ruim é ser adorável e nada mais. Nenhuma serventia mais. Apenas servir. Porque ser adorável significa ter medo de dizer NÃO. Ser adorável é cumprimentar estranhos com um grande sorriso. É juntar os cacos de copos quebrados sem xingar ou lamentar, perguntando “você não se cortou, não é?”. Ser adorável é esconder a insatisfação com palavras doces e abrir os braços confortavelmente.
Simplesmente adorável. Simples de mais, fácil de mais. Mas, só isso. Quem dera dar uma gargalhada de desdém, mas isso seria fugir a regra dos adoráveis. Seria receber olhares incrédulos. Seria perder a simplicidade da coisa, aquela que de tão inútil chega a ser sua única arma de defesa. Chega a ser útil.
E esconder-se atrás de um adorável avental é bem melhor do que nada. Só sei que quero dançar no fim do amor. Alguém adorável caberia bem numa pista de dança esquecida. Céus! Ninguém nunca lustra a pista de dança. Ninguém nunca pisa na pista de dança. Ninguém sapateia. Ninguém desliza... Acho que a pista de dança também é adorável.
Guarda-corpo – avental... Preto – limpo... Falta apenas a cor!
Também.